domingo, 29 de novembro de 2009

Ciclo do amor

"Atracção é faísca momentânea
Paixão, a chama que ela desencadeia
Amor é cinza quente
Que sobrou da paixão ardente
É a cinza que fertiliza a terra

É da terra que nasce nova floresta
Árvore, simbolo da amizade eterna
A amizade é o oxigénio
Que alimenta o novo incêndio
O amor é um ciclo infinito

O corpo é matéria
Fugaz e efémera
O corpo é matéria
Fugaz e efémera

Sem a alma não há poesia
Sem essência a vida é vazia
Lucidez é a terra que se cultiva
Sem os frutos da terra não há alimento
Sub nutrida, a alma fica em sofrimento
Desertificação da crença
Desidratação e doença
Morte interior é mais comum do que se pensa

Sem haver terra a cinza não tem senso
Por isso cultiva a alma; o amor virá com o tempo
Espalha a semente da inteligência
Não tenhas medo que a chuva aconteça
Cultiva o teu saber e ele será intenso
Cultiva o teu mundo e ele será imenso

O corpo é matéria
Fugaz e efémera
.......................
......................."


Alexandra boGa in "Sol nas Veias"

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Vem e despe-me amor

Anda, vem a meus braços
e beija-me como tu sabes,
eu, eu sei que sabes,
deixa-me mergulhar intensamente,
o meu olhar nos teus olhos cor de mar.
Deixa-me afogar nessa imensidão do teu corpo...
Vem. Vem e despe-me.
Despe-me de mansinho.
Despe-me com o teu carinho.
Vem e despe-me suavemente.
Vem.
Quero a suavidade das tuas mãos
a tocar em meu corpo.
Vem, meu amor.
Vem e toca a minha pele como tu sabes.
Com carinho.
Vem. Vem.
Vem tocar-me selvagem.
Vem numa fúria incontida
de desejo enclausurado.
Rasga a minha roupa.
Trinca a minha carne.
Bebe-me com a sede incontida
de tanto esperar.
Vem e dilacera-me os ossos
nesse desejo mútuo de posse...
Vem e despe-me, amor.

(Raferial - Autor desconhecido)