quinta-feira, 27 de julho de 2017

Eterno em mim

Quisera ser um vendaval
nas tuas lágrimas, amor,
para sofrer contigo de forma igual,
a saudade de te saber calor,
de te sentir carnal.

Foste e és eterno em mim,
como sei sê-lo em ti,
a cada dia que vivamos,
feitos companheiros de abandono,
nos asfaltos dos que vivem
ao nosso lado.

Mas é a ti que me entrego,
a ti espero e desejo,
num manancial de ilusão
e de ingloria e vã tristeza,
dum olhar despido de valor,
que à mesa, se esvai,
feito pão esboroado,
migalha dum querer esfomeado.