Soneto de Jacob, pastor antigo
- soneto de Raquel, serrana bela...
Oh! quantas vezes o relembro e digo,
Pensando em ti, como se foras Ela!
O que eu servira para viver contigo,
- tão doce, tão airosa e tão singela!
Assim distante do teu rosto amigo,
em torturar-me a ausência se desvela!
E vou sofrendo a minha pena amarga,
- pena que não me deixa nem me larga,
bem mais cruel que a de Jacob pastor!
Raquel não era dele, mas sempre a via,
Enquanto eu não vejo, noite e dia,
aquela que me tem por seu senhor!
(António Sardinha)
domingo, 1 de julho de 2012
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