segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Mais nós

Dizem que a gente tem o que precisa.
Não o que a gente quer. Tudo bem.
Eu não preciso de muito. 
Eu não quero muito.
Eu quero mais. 
Mais paz. Mais saúde.
Mais dinheiro. 
Mais poesia. Mais verdade.
Mais harmonia. 
Mais noites bem dormidas.
Mais noites em claro. 
Mais eu. Mais você.
Mais sorrisos, beijos e 
aquela rima grudada na boca.
Eu quero Nós. Mais nós. Grudados.
Enrolados. Amarrados.
Jogados no tapete da sala.
Nós que não atam nem desatam.
Eu quero pouco e quero mais.
Quero você. Quero eu.
Quero domingos de manhã.
Quero cama desarrumada, 
lençol, café e travesseiro.
Quero seu beijo. Quero seu cheiro.
Quero aquele olhar que não cansa,
o desejo que escorre pela boca e 
o minuto no segundo seguinte:
nada é muito quando é demais.

(Caio F. Abreu)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Solidão

"Solidão não é falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo...
Isto é carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar...
Isto é saudade.
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos...
Isto é equilíbrio.
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida...
Isto é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado....
Isto é circunstância.
Solidão é muito mais do que isto.
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma..."

(CHICO BUARQUE de HOLANDA)